ISSN

ISSN: 2359-0211

Flores, Luiza. Afroindígena enquanto perspectiva? Dos índios negros de Porto Alegre/RS aos afroindígenas de Caravelas/BA: algumas reflexões comparativas

Resumo: Esse texto se propõe a recuperar certos dados etnográficos da minha dissertação junto à tribo carnavalesca Comanches em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com a finalidade de comparar suas articulações afroindígenas com as articulações criadas pelo grupo Artemanha em Caravelas, sul da Bahia, grupo com o qual Cecilia Mello realizou sua etnografia. O Comanches é uma das duas tribos carnavalescas que disputam o carnaval de Porto Alegre. São negros que se afirmam índios no carnaval, são índios que se afirmam negros fora do carnaval. É na feitura da “guerra”, sua apresentação na avenida, que podemos compreender a relevância que os conceitos de “afro” e “índio” têm para os comancheiros e o modo como estes conceitos convivem entre si. Em contrapartida, os artistas do grupo Artemanha em Caravelas se afirmam afroindígena, ou seja, criam um novo conceito que seja capaz de descrever suas produções estéticas e, principalmente, suas existências. O que aconteceria, contudo, se contrastássemos essas diferentes formas de articulação? Seria possível pensar, a partir do meu trabalho de campo e da etnografia escrita por Cecilia Mello, uma perspectiva afroindígena?

Palavras-chaves: afroindígena, arte, carnaval.